segunda-feira, 11 de maio de 2015

Da tentação #3

Esta foi a vez que mais me custou resistir. Mesmo. E mesmo assim falhei.

Mais um Aniversário em casa, de uma das minhas melhores amigas (daquelas que vem desde a adolescência, com quem tenho páginas e páginas de histórias vividas).

Mesa farta com queijos, pães, doces, pizzas, batatas fritas, tudo em modo "lanche de Aniversário". E eu de marmita, claro. Até aqui, nada de novo, salivei um bocadinho mas percebi que já tinha ganho alguma resistência.

Mas depois chega o bolo de Aniversário. Uma delícia folhada em formato gigante. Já aqui disse que este é o meu bolo preferido e confesso que tenho muitas saudades de poder comer um (está quase!).
Disse à Aniversariante que ia provar um bocadinho, claro (tenho umas quantas superstições, uma delas é provar sempre do bolo de Aniversário, para não dar azar ao Aniversariante - manias, eu sei), mas não provei só um bocadinho como nos Aniversários até aqui (em que é pouco mais que uma migalha): foi uma garfada.

Quando senti o doce de ovos e a massa folhada a derreter-se na boca, nem queria acreditar. Ainda por cima tinha sido uma semana particularmente difícil, tinha tido uma recaída de gripe que veio com uma otite, e tinha ficado em casa a semana quase toda (sem treinar). E aquele pedaço de bolo que comi deixou-me extasiada. Disse "não quero saber, vou comer uma fatia; assim como assim esta semana está perdida, com antibióticos e pastilhas para a garfanta e brufens e... não quero saber, vou comer". E o meu homem disse-me "Não." e fugiu com o prato. Ainda lhe respondi torto, mas ele manteve-se firme. Disse-lhe que nem valia a pena insistir, que ia comer mais um bocado, e ele lá me disse que mais uma garfada, sim, mas era tudo. E lá comi a segunda garfada, de olhos fechados, a apreciar cada pedacinho, a sentir o bolo a desfazer-se, a apreciar cada segundo qual agarrada. Quando acabei acho que ainda olhei para ele com olhos pedinchões, mas ele não se deixou levar. Se não fosse ele, sem dúvida que tinha comido uma fatia inteira (ou mais ainda).

No dia seguinte fiquei irritadíssima comigo mesma por ter falhado - nem imagino como teria sido se tivesse efectivamente comido uma fatia inteira! Valeu-me o meu homem, mais uma vez; sem ele toda esta travessia teria sido ainda muito mais complicada.




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